Foto: Jorge Coelho Ferreira

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POEMAS DE NAMIBIANO FERREIRA

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15 de agosto de 2011

MENÇÃO HONROSA NO PRÉMIO VALDECK ALMEIDA DE JESUS 2010 - BRASIL




No prémio Literário Valdeck Almeida de Jesus 2010, Brasil, tive uma mençao honrosa com o poema abaixo:


REGRESSAR DE NOVO

Partir no rio de Kalungangombe*
e, depois, quando voltar de novo,
hei-de vir montado na garupa
viva das boiadas andarilhas
pele a cantar ngomangombe**
levantando no peito do ar
um mar de poeiras a festejar
e eu, calçando meus nonkakos,***
serei um pastor Ovakuvale****
conduzindo meus bois
na árida oferta da terra Namibe.

Namibiano Ferreira (no site do prémio foi publicado o meu nome Joao José Ferreira)


* Aglutinação de duas palavras: kalunga + ngombe (boi). Neste sentido é um ente espiritual que acolhe o espírito dos mortos no outro mundo.
** Ngoma (tambor) e ngombe (boi), aglutinacao feita pelo autor.
*** Sandálias feitas com pneus de automóveis e usadas pelo povo mukubal e outros do deserto.
**** Povo (mucubal, kuvale) do deserto do Namibe do grupo etno-linguístico dos Hereros/Helelos, idioma Tchiherero.

9 de agosto de 2011

CHUVA NO DESERTO


Ninguém sabe a sofreguidão
que é a chuva no Deserto…
A vida que se prende sequiosa
em cada lágrima bendita
doce pérola d’Ombera
tamborilando prata a cantar
o princípio divino de todas
as coisas futuras da fartura
sempre escassa a crescer
vento e poeira e tempo…


E a gentes do Namibe
–vestindo cacimbos e sonhos–
rezam cantando abençoando
a chuva nos lábios-lagos
molhados d’Ombera…


Namibiano Ferreira